quarta-feira, 9 de junho de 2010

Política sob um olhar filosófico

Hoje de manhã escrevi um artigo científico na minha prova de filosofia jurídica, achei o tema tão interessante que vale a pena tentar reproduzí-lo aqui, afinal, esse é um assunto que interessa a todos. Espero que apreciem:

Somos um Estado Democrático de Direito, isto é, os cidadãos participam da vida política, escolhem seus representantes – que proporcionam o bem à sociedade, garantem os direitos fundamentais e visam sempre melhores condições de vida – agindo nos limites da lei. Infelizmente afirmo que isso é uma grande utopia, deveria ser assim, mas ainda não é.

Aristóteles afirmava que o problema da democracia é a demagogia, ela é a arte de conduzir o povo a uma falsa situação, os políticos propõem aquilo que não pode ser posto em prática com o intuito de obter benefícios: chegar ao poder. E é justamente o poder que dificulta a aplicação completa do princípio democrático.

A verdade é que todo mundo busca esse poder, ele gera ambição e faz com que o homem queira alcançá-lo de qualquer forma e perca os escrúpulos ao conquistá-lo, sendo capaz de tudo para não o perder. Essa simples explicação de Maquiavel nos mostra o que realmente move a política; são raros os políticos que verdadeiramente visam o bem ao próximo e não se importam com o status e aplausos.

A questão é que vivemos em uma “servidão voluntária” (Etienne de La Boetie), somos livres, mas acabamos nos submetendo aos atos desumanos, por medo, por costume e principalmente pelo fascínio (as pessoas se deslumbram diante do poder, são capazes de agir contra seus princípios quando se sentem comovidas). E, enquanto não tomarmos uma atitude para extinguir essa obediência desproporcional, continuaremos vivendo cercados de corrupção e longe da harmonia social, não podemos ser persuadidos por falsas promessas!

Em campanhas eleitorais, os candidatos utilizam o ensinamento de Maquiavel de que a política é a arte do conhecimento, eles conhecem as pessoas para as quais vão falar e sabem o que e como dizer (capacidade de antevisão). E também, os pólos da semiótica: já conquistaram o etos (credibilidade); durante o discurso atingem o patos (fragilidade, o ponto fraco do auditório) e pelo logos transmitem seus objetivos com a finalidade de conquistar os votos. Eles realizam um discurso sofista, não se preocupam com a verdade, e sim com o que as pessoas querem ouvir; Parmênides de Élea chamava isso de dóxa (dar opinião sem se importar com a veracidade), e por ela estar ligada a incontinência, acaba levando o povo à ruína.

Contudo a lição que a maioria dos políticos se esqueceu de aprender foi dada há muito tempo por Platão: o poder não deve ser exercido com paixão e agressividade, e sim com shopia (sabedoria), phronesis (prudência da ação) e dike (justiça), pois só assim se atingirá o bem comum.

Compete a nós cidadãos, encontrar a minoria que pratica esse ensinamento, afinal, escolhemos nossos representantes, devemos analisar quem realmente são e não nos deixar seduzir pelos seus discursos ilusórios. Precisamos votar com consciência, isto é, eleger os candidatos que deram provas concretas ao longo dos anos de que são fiéis aos princípios democráticos e aos clamores da população.

A utopia social democrática precisa deixar de ser sonho e se tornar realidade, esse é um processo complexo e demorado, todavia é o único caminho para atingir a nossa finalidade: o bem comum, a felicidade! Devemos colocar no poder quem já demonstrou que sabe se comportamento de maneira ética, talvez assim, o bom exemplo se alastre.

Estamos mais uma vez em ano eleitoral, e não podemos nos esquecer que nosso país tomará o rumo que daremos a ele. A decisão pertence a cada um de nós, as conseqüências são exclusivamente nossas, se a escolher for ruim, sofreremos a angustia, o desespero e o desamparo (pensamento sartreano): porque ninguém decide pelo outro e nem resolve o problema alheio.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Não é medo de morrer

Eu não tenho medo da morte, mas ela me assusta muito! Hoje, consigo encarar esse fato de morrer como algo natural, afinal todos passarão por isso, certo?! O que vai acontecer durante ou depois, sinceramente, não faço idéia, quando me convém acredito naquelas teorias que me confortam...

Na verdade, o que me assombra nela é não saber quando irá acontecer, devido a isso, surge o maior medo da minha vida: não conseguir realizar todos os meus sonhos! Sabe, eu temo ferozmente em relação a estar fazendo planos, lutando e me esforçando e não poder colher meus doces frutos.

Eu, como qualquer ser humano que ‘viaja na batatinha’, passo horas pensando se realmente vale a pena não dar uma volta no parque em um lindo dia de sol, ou sentir as ondas do mar, ao invés de ficar com o traseiro colado em uma cadeira – que nem é tão confortável assim – estudando arduamente na esperança de, quem sabe um dia, conquistar o sucesso profissional. E quanto a minha poupança? Será mesmo que virei a usar todo o dinheiro depositado nela? Não compensaria estar investindo em viagens a Paris, por exemplo?!

Sou tão pequena, diante da imensidão dos mistérios que rodeiam minha vida... Às vezes até duvido de mim mesmo. Sério, o que será que me levou a sair do interior, do colo da minha amada e amável família para morar sozinha – conhecer o amargo significado da solidão – na maior cidade do país? Esperança de um amanhã melhor. Sim, eu sei que a resposta é essa, mas e se esse amanhã não vier? Além de perdê-lo, eu perco também o meu presente.

É por isso que a morte me assusta, entenderam agora o nexo de causalidade?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Minhas justificativas

Manter um blog no ar é uma tarefa árdua, que exige além da dedicação, o elemento criatividade! E, ultimamente, ambos estão ausentes em mim... Talvez porque eu tenha estabelecido certas prioridades na vida, e “cuidar” desse meu cantinho de desabafo foi ficando de lado, um lado distante, um quase esquecido... O outro ‘talvez’ surge de um fato positivo: tenho andado mais feliz! E qual o nexo de causalidade? Simples, minhas inspirações costumam nascer nos momentos de fragilidade, medo, solidão.

Acredito que seja muito mais fácil manifestar o que se passa no meu intimo quando me sinto a ponto de um colapso nervoso e depressivo, porque é, justamente nesse instante, que quero gritar para o mundo o quanto me sinto injustiçada. E, convenhamos que tratar de assuntos dramáticos comove muito mais o ser humano – que encontrará um conforto ao saber que não é o único que passa por fases difíceis e intermináveis.

Preciso falar de alegrias, preciso aprender a discorrer sobre a tal eterna busca pela felicidade (que, às vezes, encontramos nas esquinas e becos).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mundo ideal

Quem sabe um dia eu vou acordar de manhã com o canto dos pássaros, levantar e olhar pela sacada o nascer do sol iluminando todos os lugares, em seguinda, irei tomar o café da manhã com uma mesa farta e flores para decorar! Depois, uma caminhada pelo parque só para contemplar a felicidade das crianças correndo atrás de suas pipas, dos casais apaixonados e dos velhinhos saudáveis se exercitando. Quem sabe, nesse mesmo dia, quando eu ligar a televisão em qualquer noticiário, ouvirei apenas histórias de paz! E toda aquela fome, miséria, violência, tiroteio, poluição, terremotos, enchentes... que já aconteceram no mundo, estarão apenas nos livros de história, os quais todas as crianças e adolescentes têm acesso. As vezes, nesse mesmo dia, ate os irmãos passarão a se entender, os filhos a obedecer, os pais a compreender... E palavras como preconceito, racismo, assassino, estuprador, ladrão estejam só nos dicionários, se confundindo com lendas! Todos vivenciarão o amar ao próximo como a si mesmo. O poder aquisitivo de todas as famílias serão semelhantes, não faltará nada, como também não haverá nada em excesso, apenas o suficiente para se viver bem.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

É apenas a lei

Mudar é tão essencial na vida quanto o equilíbrio para a bicicleta! Ou você continua movendo, ou ela cai! Claro que as coisas nem sempre são exatamente como a gente quer, mas temos que aceitar e nos adaptar a esse mundo maluco. Disseram-me que meu pior inimigo é o mau-humor, então para que fazer cara feia?
Preciso sorrir e entender que a gravidade é igual para todos, que todo mundo, um dia, precisa lutar com suas próprias garras e alcançar os seus objetivos! Somos um bando de passarinhos que precisam voar e construir seus ninhos na próxima estação.

Metamorfose ambulante - genial essa frase! Ela traduz a vida de qualquer ser humano que está disposto a seguir! Sendo que sem saber para onde, como ou com quem! Porque todas as mudanças incluem surpresas... Como se fossem ações e reações. Somos resposáveis, completamente responsáveis pelas consequências que acontecem conosco, afinal, alguém já plantou feijão e colheu batatas?

sábado, 16 de janeiro de 2010

Lição de férias

... E de repente eu descobri que não foi apenas eu que mudei, tudo está diferente agora. As tardes já não são mais as mesmas, as conversas parecem ter adquirido um ar mais sério, mais futurista, o mundo amadureceu junto comigo, tudo foi se transformando aos poucos e eu não percebia, e quando resolvi me dar conta de tudo isso, meus sentimentos se confundiram ainda mais. Pareço uma boba se deslocando entre lembranças ou uma qualquer tentando se adaptar a nova órbita! Mas sou como todos os outros que estão tomando o rumo de seus destinos.
Talvez, isso seja até positivo. Não que a vontade de reviver todo o meu passado tenha ido embora, porém, a saudade que eu sinto, carregarei para sempre, independentemente de onde eu estarei.
Hoje eu sei, que voltar para a cidade onde eu cresci não vai trazer meu passado de volta e junto com ele a felicidade, porque as coisas também mudaram e eu nem sinto tanta falta assim de como estão agora, mas de como foram um dia...
Minha nostalgia, eu ainda levo comigo. Entretanto, sigo mais feliz porque tenho a certeza do não ao invés da angústia do talvez!
É preciso seguir em frente, porque tudo se transforma (essa é a lei). Eu sei que tenho de encontrar a felicidade no meu novo mundo, porque o antigo jamais voltará!
E quem sabe isso nem seja mais tão ruim.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Fim de Ano

Esse período entre Natal e Raveillon mexe tanto comigo, meus sentimentos ficam sensíveis e eu pareço uma bobona apaixonada, que chora por qualquer coisa... Na verdade, essa é a época mais bonita do ano, a cidade fica toda iluminada, as casas enfeitadas, as pessoas trocam presentes, fazem doações, preparam festas, recebem os familiares, todos entram em um clima de paz, amor, compaixão!
Eu sinto um imenso prazer em montar minha árvore de Natal, amarrar cada laço vermelho e dourado, substituir as estátuas por papai noel e ligar o pisca pisca! Aquela correria de fazer lista de compras para a ceia, ir ao supermercado, preparar os pratos, pensar na sobremesa, nos vinhos, no champagne e ainda colocar meu vestido, passar uma maquiagem a prova d`agua e abrir meu melhor sorriso para recepcionar os convidados! Que encantador...
E o ano termina assim, com todos esses fortes abraços e juras de amor, como se todo o carinho que faltou durante o ano fosse recompensado nessa semana natalina!
E melhor que a virada do Natal, é a virada do ano novo!
Porque eu a encaro como uma renovação de energias, hora de deixar as mágoas para trás e partir para o novo, é como se eu virasse mais uma página do livro da vida e dissesse para mim mesma: pronto, agora você tem 365 dias para ser feliz e escolher o rumo que quer dar a sua história. Essa virada do ano é meu amanhecer de sonhos, meu despertar de novas esperanças, meu presente de coragem!
Eu estava ali, na areia daquela linda praia, contemplando os fogos de artifícil, pulando as sete ondas, desejando votos sinceros para minha familia e meus amigos, agradecendo a Deus pelo ano que passou e pedindo apenas para que ele continuasse comigo no ano que chegará, quando de repente, uma luz iluminou tudo por ali, olhei para o céu, não haveria jeito melhor de começar o ano, foi o meu presente de 2010, uma lua perfeita, um sinal!
...
Feliz Ano Novo!