quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cegonha

Confetes enfeitavam a mesa de jantar, o cheiro delicado dos perfumes mamãe e bebê se espalhavam pelo ar juntamente com o som doce do piano encostado em um canto qualquer. Era linda a forma como tudo cabia perfeitamente em seus devidos lugares, confesso que cheguei a pensar que era um daqueles planejamentos de casinha de boneca para comerciais de TV. Mas não, era o amor que não cabia em si e transbordava pelos corações daqueles que chegavam com lindos presentinhos para um anjinho. Traços desenhados exatamente como a beleza exige, pequenino na sua forma de ser e grande no seu modo de agir. Qualquer seguradinha no dedo de um gigante já era motivo de lágrimas nos olhos deste. E quando ele bocejava então, um coral dizia: "óóó, que gracinha". Juro que era mesmo uma graça. O papai orgulhoso "é um meninão de três kilos e meio" e a mamãe dengosa insistia "ele olha tudo ao seu redor, já conhece cada um de vocês". Realmente ele olhava curioso a cada ruído estranho. Eu tinha vontade de arrancar ele do bercinho e levar para a minha casa. Na saída veio mais uma ótima novidade, a lembrancinha era um pão de mel de chocolate. Adoro essa modernidade.

Um comentário:

Gabriel Mantelli disse...

O neném também era um pão de mel, vamos concordar. Sempre são.