sábado, 26 de julho de 2008

O caderno

Ouvindo Chico Buarque, eu suspiro. Lembro do meu pai olhando o seu bebê - eu - sonhando com toda a minha vida, planejando os meus passos. Estando do meu lado a cada nova conquista, que grandes conquistas: quando engatinhei, gargalhei, quando disse a minha primeira palavra, desenhei um rabisco, aprendi o bê-a-bâ e cresci! A cada novo deslocamento, ele estava ali sonhando comigo, sorrindo e chorando. Ele também dançava a minha canção, cantava para mim. Ele me mostrava os animais em forma de nuvens, fazia caretas e de tudo para me fazer sorrir, ele sempre era meu amigo e me dava abrigo, também sofria comigo nas provas bimestrais, ainda guarda as minhas cartinha, meu confidente fiel, o pranto molha o seu papel... a vida se abrirá num feroz carrossel, a vida segue sempre em frente, o que há de fazer?
Hoje ainda está comigo, seguindo os meus passos. Não querenso ser o meu dono, é só um cuidado de pai. E diante de tanto que ele fez por mim, tantos esforços e como eu dei gastos...
De tudo, ele só me pediu um favor: para eu não o esquecer em um canto qualquer.

2 comentários:

Gabriel Mantelli disse...

A menina é assim com o pai. O menino é assim com a mãe. Já percebeu?

Gabriel Mantelli disse...

Eu, por exemplo, quando criança queria casar com a minha mãe ;)